Uma coisa do freak do Caeiro que deve ser tomada como referência para os que gozam de ser Portugas.

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo ... por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer, porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura ...

terça-feira, 5 de junho de 2007

Ponto de situação sobre o que está na moda no País de Viriato

Isto é uma onda gigantesca, onda que Orwell já tinha prognosticado, fala-se do que menos importa com a ênfase adquirida de que seja o assunto mais importante. E com a moda vem a onda do espectacular, do mais preferido do povo e do mais necessário a ser explicado. Diz-se que é de um teor importantíssimo. Balelas.

Falámos do aborto, da sua lei, das suas causas e consequências, dos seus desígnios e soluções, falou-se sobre as partes que integram o processo, médicos, mulheres sóbrias e menos sóbrias – vulgo putas -, sobre os progenitores masculinos e seus direitos em relação à causa, etc. e etc. e tal, em suma, gastou-se tinta, horas de televisão, rádio e massa cinzenta humana para que ainda hoje se perguntarem a alguém de direito como está a coisa do aborto obtenham uma resposta parecida com: “... tudo a correr dentro da normalidade. Estamos a tratar de tudo, só que demora o seu tempo, tá a ver a coisa?”. Ok.

Depois veio a coisa das Universidades e a barraca instalou-se no nosso País, já ninguém é alguém e duvida-se da credibilidade de anos de ensino e da qualidade de tudo e de todos os que estão ligados ao ramo. Recordam-se da Lusíada? Foi parecida com a da Independente só que tinha gente muito mais importante no poleiro, portanto, resolveu-se rápida e de uma forma eficaz, foi abafado o caso e é considerada hoje como uma das melhores instituições de ensino aqui no País ainda Lusitano. Mas andou na boca do povo, e pela negativa.

Agora andam com a coisa do aeroporto, ora no Norte, ora no Sul ... ainda não chegaram à conclusão que a obra tem que ser feita antes que os espanhóis façam o novo aeroporto deles?! Ainda não?! Seja no norte ou no sul, faça-se, e já. E deixem-se de merdas.

Gasta-se tanto dinheiro mal gasto com coisas que morrem à nascença, os ditos abortos governamentais (túneis, metros à superfície no Norte e debaixo de água no Sul, pagamentos a pedreiros estrangeiros por obras que não vão ser feitas, etc.), que se pararmos um bocadinho de tentar fazer asneiras com o dinheiro que resta e aproveitarmos as oportunidades que nos são dadas sem olharmos ao bem individual, acreditem que a malta consegue vencer. Quando o nosso PR era PM, fizeram-se coisas que a muitos magoou e feridas profundas causou, mas que agora todos aplaudem e consideram como obra de se lhe tirar o chapéu e ser considerada como exemplar.

Mas o que está mesmo a dar prá malta ter tema de discussão, é o rapto da miúda inglesa. Já só falta mesmo é imprimir a imagem dela nos pacotes de leite e fazerem-se t-shirts e um filme sobre a vida que os pais da Maddie levam (Mel Gibson e René Russo como protagonistas e o género de filme não sei se seria comédia, drama, thriller ou documentário sobre os melhores sítios para se conhecer viajando em primeira classe ás custas do povo mais pobre da península mas com a melhor Polícia da União Europeia).

Ora bem, antes de me apedrejarem, terminaria com uma proposta que poderia ser tratada com um tom um pouco mais mediévico que os anteriores temas e garanto-vos que nos entretinha durante as férias de verão e a malta ficava bem mais relaxada e acabaria com estes problemas todos: utilizávamos os novos helicópteros que comprámos e toda a malta do exército e dos bombeiros e tudo e tudo, e conquistávamos Espanha, era isso, chapada nos espanhóis e os gajos que construíssem o aeroporto onde entendessem, que fizessem uma casa de banho pública no parque Mayer e não se pagava mais nada ao pedreiro Gerry e a nós pouco nos importava porque sempre tínhamos a Isla Mágica, os túneis para automóveis pouco teriam interesse comparados com as calles e autovias bem cuidadas e ultra bem sinalizadas, e, quanto ao tema da miúda raptada, vasculhávamos sem autorização superior a vila de Marrocos, Marraquexe ficava sobre nosso poder e a nossa Judite e a nossa Guarda poderia dar uma utilização muito mais válida aos camelos que o grande demagogo Mário Lino quis implementar no nosso deserto Talajano.

Resta-me sentar confortavelmente e esperar pelo que será mais inventado para nos entreter nestas férias, já sem falar nos postos de gasolina que estão a encerrar junto da fronteira (ainda há fronteiras na Europa?) com a vizinha vila amarela e encarnada e a arruinar com vidas de dedicação sem comparação. Entretanto, acontecem mais coisas. Temos cinema de borla se assinarmos não-sei-o-quê. É disto que o meu povo gosta, coisas de borla, coisas.

4 comentários:

  1. carissimo. mais uma vez ! BRILHANTE !!!!

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  2. Vão mantendo a malta animada até à "sealy season" com mais tonterias ainda, é se possível. Boa analise :)

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  3. Mas a malta fica contente com a indicação de quais as praias e lagoas que têm direito a bandeira azulk e já chega ... ficamos felizes ...

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