Uma coisa do freak do Caeiro que deve ser tomada como referência para os que gozam de ser Portugas.

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo ... por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer, porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura ...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

LOUCURA, LOUCOS, deixa cá ver ...

A loucura dos loucos bate muitas vezes á porta de quem menos espera e eis então que nos deparamos com sabores dos quais desconheciamos completamente a sua origem mas regozijamo-nos com o seu aparecimento.

O mais peculiar é aquele sabor a "deixa andar" que nos faz mover e deambular por espaços e pensamentos, algumas vezes, e diga-se de passagem, prezopopeias às quais nos dedicamos ferozmente e só depois nos apercebemos do quão abrangente elas se tornaram, pois é, alvitramos sabores nos outros que nos provocam inebriantes momentos.

Gosto da loucura, desde que sadía ela seja.

Bombeiros voluntários

Um fogo comecou a deflagar num monte no meio do Alentejo. Os bombeiros foram imediatamente chamados para extinguir as chamas. O fogo estava cada vez mais forte, e os bombeiros nao conseguiam dominar as chamas. A situacao ja estava a ficar fora de controle, quando alguem sugeriu que se chamasse o grupo voluntario da Vidigueira. Apesar de alguma duvida quanto as capacidades e equipamento dos voluntarios, seria mais uma forma de auxilio. Assim foi.

Os voluntarios chegaram num camiao velho, desgastado pelo fogo. Passaram em grande velocidade e dirigiram-se em linha recta para o fogo!Estranhamente passaram pela entrada do monte, pelos outros bombeiros e continuaram indo mesmo ate ao meio das chamas pararando so ai. Os voluntarios saltaram todos para fora do camiao e comecaram a pulverizar freneticamente em todos os sentidos. Como estavam mesmo no meio do fogo, as chamas dividiram- se, e restaram duas porcoes facilmente controlaveis. Ao ver tudo isto, o dono do monte estava impressionado com o trabalho dos voluntarios da Vidigueira e respirou de alivio quando viu a sua herdade ser poupada. Na hora pos as maos na algibeira e passou imediatamente um cheque de 5000 euros à corporacao voluntaria.

Um reporter do jornal local perguntou logo ao capitao:
- "5000 euros! Ja pensou o que vai fazer ao dinheiro?"
- Penso que é obvio, nao é?" - responde o capitão a sacudir a cinza do capacete - "A primeira coisa que vamos fazer e arranjar a porra dos travoes do nosso camiao!"

Assim vive o nosso país!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

Viagens alucinantes (II)

... mas e no Metro ??!! ... no metro é qualquer coisa ...

O autocarro da empresa "Naõ faço publicidade" que nos aconchegou e nos proporcionou tamanho banho de fustigante sexo tântrico, chega ao Campo Grande após uma odisseia de contrabando de virus e espirros acompanhados de umas cotoveladazitas carinhosas e olhares de "agora passo eu está bem, ó merdoso de uma figa" (é ca malta ali é do bué da fiche, tázavêr??), bom ...

Encaminhamo-nos para aquela estação terminal, qual filme de a lista de ... o nome do dono dos elevadores, qualquer coisa Schind--- qualquer coisa não é??, eis senão, quando nos deparamos á entrada da dita estação de Metro, com um jovem bastante degradado a nivel de saúde, ali, de cócoras (a mim só de o ver dá-me uma dor de joelhos e rins que nem vos digo, todo o dia naquela posição !!) com um cartaz tipo um bocado de papelão já carcumido pelo fungo do Antrax ou qualquer coisa que o valha, com umas letritas assim que para o sumido ... bem, passamos pela peça e ao som da "olháraspadiiiiiiinha" ou "anda hoje, anda hoje, acaba em séti, olhátaluuuuuda", subimos umas esplendorosas escadas rolantes; aqui sim, aqui começa a fase final da Aventura do Poséidon (ou peidón como quiserem), é na verdade aqui que tudo começa, ou termina.

Mas tem que haver estratégia, epá, tem que haver estratégia: só na parte da subida das escadas rolantes (por vezes estragadas) temos que ter em conta quem, sim, quem vai á nossa frente, escolham gente que traga vestidos compridos, ou calças de cabedal justas ou longos sobretudos pois as supresas de um ataque químico paira no ar ... e se imaginarmos a cena ... nós no degrau de baixo, o vizinho no degrau de cima, vejam o desfazamento anal-ó-facial e digam lá se tem alguma piada, sentir logo pela manhã aquele som (pfffffffffffff) de tomahawk destemido em direcção à nossa carinha ... blágh ´pcaria ... entramos nas carruagens da morte já meio anestesiados.

Lembram-se do filme: A maldição dos mortos vivos, lembram-se?? Pois é, é a versão Lisboeta.

A espera pela carruagem é alucinante, faz-me sentir saudades daquele banquinho na Arca Constrangedora, com o parceiro do lado a babar-se no meu ombro, limpo e luzidio sem caspa ... ah saudades ....

Ok, até que enfim (vislumbra-se agora uma pequena movimentação de massas e um barulho ensurdecedor no arrastar dos pés das pessoas que vão passar por mais um teste de gravidez cerebral (só orgasmos Freudeanos) ... chega o comboio que nos vai levar para a fábrica.

Entramos e sentimos que estamos não só com as mesmas pessoas, bem idênticas às da camineta (gosto do termo camineta, sinto-me povo) com aquele ar convidativo de quem pensa (dassse mais esta merda outra vez) e sentamo-nos.

Nas caras das gentes paira aquele olhar frio e distante, qual Zombi entorpecido quando acorda de uma valente festa carregada de ácaros (o pó branco) ... e o comboio põe-se em marcha.

Algumas estações adiante, quando se abrem as portas para entrarem mais uns zombizitos, ouve-se, lá longe e num tom rouco e grasnante de saliva várias vezes reutilizada: "dá espaço óóóóó, não vês qu'o cego quer entrar ó car*lho!!! .... o cego entra, ninguém se preocupa em movimentar o pescoço pois pode apanhar um torcicolo e dar ares de aleijadinho e ficar com o dinheiro ao pobre diabo (Deus me perdoe). Começa a cantilena do ceguinho enquanto ao tentar andar (digo tentar porque é do tipo dois passos para a frente um para trás) tropeça dos envernizados e engrachados sapatinhos da plebe: "eu continuo a agradecer a quem tenha a amabilidade ou a bondade de maussiliareeeee" ... seguem-se alguns impropérios da parte do menos sortudo invisual que nem com asteriscos me atrevo a proferir, porque há gente pobre e mal agradecida, percebem??!! Nada dão a quem nada tem ... Sé lá vi (isto é o francês do meu amigo O Gordo)...

Chegando à Baixa-Chiado .... é o estrondo, o diluir de sonhos apoteóticos, é o êxtase, apocalíptico ... parece o gelado quando é espremidinho ... ora tá quase ora tá quase iiiiifffflup e vai tudo numa correria desenfreada para ver quem chega primeiro ao degrau de cima da escada rolante, para no final desta odisseia toda, ainda ter a coragem de se descuidar e olhando para trás, com desdém e fitando os olhos do parceiro já meio esverdeado que está no degrau mais abaixo, vociferar num tom amistoso: "Os gajos deram chuva para hoje mas está um sol fabuloso, bestial não é ???".

E faz-se luz ... passamos em frente de uma igreja onde escondido no seu esplendoroso pórtico principal, está o senhor que me ataca ferozmente todos os dias a chorar e a dificilmente (só tem dois dentes) conseguir dizer que só lhe falta um eurozito para finalmente ser internado no dia seguinte, mas ele persiste e continua á nossa espreita ... eis senão que outro desafio se nos depara, entramos agora no jogo do “escapa ao pombo que ele acerta-te” e vislumbra-se finalmente mas ainda a custo a gloriosa rua augusta ...

...

Viagens alucinantes (I)

Sim, melhor ainda que Sexo Tântrico é a experiência alucinante de fazer uma viagem de autocarro (preferencialmente nas segundas-feiras) de Loures até ao campo Grande, passando pela maravilhosa vila de Flamenga (dá um ar Espanhol à coisa, não dá?? Mas se sentissem o cheirinho??!!).

Pois bem, são qualquer coisa como aproximadamente 100 minutos de sucessivos orgasmos viscerais provocados pelos cheiros que tresandam das pessoas encharcadas em perfumes e suores ... o fantástico acontece quando se nos deparamos a "roçar" as perninhas e os cotovelos em gente desconhecida e que nos fita com aquele olhar matinal de quem se considera o melhor dos melhores mas que não abre a boca porque não se recorda bem se lavou ou não os dentinhos (aquelas garras sedentas de um bom naco de torresmo ...).

Tudo tem inicio à hora marcada mas nem sempre cumprida. Mas muito cedinho, ah pois é ...
Entramos naquele ambiente hiper acolhedor (o Autocarro da empresa "Não faço publicidade"), hermeticamente fechado para que nenhum virus se escape, ali estamos a ouvir o programa da manhã (som inibidor de apetites sexuais, aquelas vozes da rádio, qual cassete masturbadora de psicologias ávidas de aventura, bem ...), equipado com cadeiras de um lado e de outro e, um pequeno corredor ao meio, qual "passerelle" de modelos sedentos de contactos corporais desconhecidos ... uma pisadela vale mais que mil beijos ... e aquele hálito do " ´esculpe lá .... aí óóóó, dasssse" - "não faz mal" bem juntinho a nós, óh maravilha (lá estou eu a dispersar-me, tantrismo!!).

Conseguir um lugar sentado é sinal de comodismo e habilitamo-nos a ouvir naquele tom de voz enternecedor "ó caramelo (caramelo é doce, é ternura, portanto é um sinal de que estamos a ser vigiados e despertámos interesse em alguém, ok??), dá lugar à velha que já está cansada" (velha cansada, é sinónimo de pessoa conhecedora destes ambientes de terapia de grupo gratuita, ok??). Neste caso, o estar sentado inclui ter um ombro amigo, pois o parceiro do lado pode querer dormitar um pouco e aproveita-se do seu ombro amigo para poisar aquele amontoado de cabelos presos a uma cabecinha acabadinha de lavar, ainda meia molhada e cheia de ganchos para que as madeixas não nos tapem a visão do mundo que nos rodeia, sem contar com a maravilhosa bába que escorre pelo cantinho daquela boca carnuda, qual flôr carnívora sedenta que um insectozito pouse nela ... bem ...

Melhor é a sensação de alvitrarmos a fugaz ideia que "o mundo parou em meu redor"; acontece quando adormecemos num determinado sítio e quase meia-hora depois ... abrimos os olhinhos já novamente remelgados e, .... Óh paisagem idílica ... estamos no mesmo sítio, maravilhoso. Só passando por esta experiência é que damos o verdadeiro valor das "Viagens alucinantes de Loures ao Campo Grande", quais milhas submarinas, quais travessias do deserto ... de Loures ao Campo Grande é que é.

Tantrismo puro e duro, ali, real como o cheirinho de lavanda misturado com um "descuido gasoso" que de tão reprimido já vem com côr esverdeada e tudo, divinal, Óh como eu gosto de terapias de grupo !!!

Eu olho para ela ... ela olha para mim ... ali vamos os dois ... durante um infindo número de sucessivos pensamentos em relação ao outro ... sensações estranhas percorrem-me o corpo (ah!! não é sensação, afinal deram-me foi com a cesta das couves nas costas, daí o cheiro a azedo, mas pronto), uma câibra assalta-me o ombro esquerdo de tanto esforço fazer para me segurar ao varão já cravado de milhentas impressões digitais de tanta terapia tantrista ali transmitida, mas ...

...

Como dar um comprimido ao seu gatinho

1. Pegue no gatinho e aninhe-o no seu braço esquerdo como se segurasse um bebé. Coloque o indicador e o polegar da mão direita nos dois lados da boquinha do bichano e aplique uma suave pressão nas bochechas enquanto segura o comprimido na palma da mão. Quando o amorzinho abrir a boca atire o
comprimido lá para dentro. Deixe-o fechar a boquita e engolir.

2. Recupere o comprimido do chão e o gato de detrás do sofá. Aninhe o gato no braço esquerdo e repita o processo.

3. Vá buscar o gato ao quarto e deite fora o comprimido meio desfeito.

4. Retire um novo comprimido da embalagem, aninhe o gato no seu braço enquanto lhe segura firmemente as patas traseiras com a mão esquerda. Obrigue o gato a abrir as mandíbulas e empurre o comprimido com o indicador direito até ao fundo da boca. Mantenha a boca do gato fechada enquanto conta até dez.

5. Recupere o comprimido de dentro do aquário e o gato de cima do guarda-fatos. Chame alguém para ajudar.

6. Ajoelhe-se no chão com o gato firmemente preso entre os joelhos, segure as patas da frente e de trás. Ignore os rosnados baixos emitidos pelo gato.Peça a alguém com força que segure firmemente a cabeça do gato com uma mão enquanto força a ponta de uma régua para dentro da boca do gato com a outra. Deixe cair o comprimindo ao longo da régua e esfregue vigorosamente o pescoço do gato.

7. Vá buscar o gato ao suporte do cortinado e retire outro comprimido da embalagem. Tome nota para comprar outra régua e reparar as cortinas. Cuidadosamente varra os cacos das estatuetas e dos vasos do meio da terra e guarde-os para colar mais tarde.

8. Enrole o gato numa toalha grande e peça a alguém para se deitar por cima de forma a que apenas a cabeça do gato apareça por debaixo do sovaco. Coloque o comprimido na ponta de uma palhinha de beber, obrigue o gato a abrir a boca e mantenha-a aberta com um lápis. Assopre o comprimido da
palhinha para dentro da boca do gato.

9. Leia a literatura inclusa na embalagem para verificar se o comprimido faz mal a humanos, beba uma cerveja para retirar o gosto da boca. Faça um curativo no antebraço de quem o ajudou e remova as manchas de sangue da carpete com o auxilio de água fria e sabão.

10. Retire o gato do barracão do vizinho. Vá buscar outro comprimido. Abra outra cerveja. Coloque o gato dentro do armário e feche a porta até ao pescoço de forma a que apenas a cabeça fique de fora. Force a abertura da boca do gato com uma colher de sobremesa. Utilize um elástico como fisga
para atirar o comprimido pela garganta do gato abaixo.

11. Vá buscar uma chave de fendas à garagem e coloque a porta do armário de novo nos eixos. Beba a cerveja. Vá buscar uma garrafa de whisky. Encha um copo e beba. Aplique uma compressa fria na bochecha e verifique a data de quando apanhou a última vacina contra o tétano. Aplique compressas de whisky na bochecha para desinfectar. Beba mais um copo. Atire a T-Shirt fora e vá
buscar uma nova ao quarto.

12. Telefone aos bombeiros para virem retirar o $%&#?& do gato de cima da árvore do outro lado da rua. Peça desculpa ao vizinho que se estampou contra a vedação enquanto tentava desviar-se do gato em fuga. Retire o último comprimido de dentro da embalagem.

13. Amarre as patas da frente às patas de trás do filho da mãe do gato, com a mangueira do jardim e de seguida prenda firmemente à perna da mesa da sala de jantar. Vá buscar as luvas de couro para trabalhos perigosos. Empurre o comprimido para dentro da boca da besta seguido de um grande pedaço de carne. Seja suficientemente bruto, segure a cabeça do corno na vertical e despeje-lhe um litro de água pela goela abaixo para que o comprimido desça.

14. Beba o restante whisky. Peça a alguém que o conduza às emergências e sente-se muito quieto enquanto o médico lhe cose os dedos, o antebraço e lhe remove os restos do comprimido de dentro do seu olho direito. A caminho de casa contacte a loja das mobílias para encomendar uma nova mesa de jantar.

15. Trate de tudo para que a protectora dos animais venha buscar o estupor do gato mutante fugido do inferno. Telefone para a loja dos animais e pergunte se têm tartaruguinhas.

E já está.

A verdadeira história da captura de Saddam Hussein

A tarde estava calma e ensolarada, a patrulha com 4 GNR decide parar o Jeep e dirige-se para umas pequenas casas no meio das Palmeiras. Entram numa delas e diz um GNR:
- Xão 4 mines fáxabor.
Ao que responde Ali-Mamade, o Iraquiano:
- Nós não vender bebidas alcoólicas...
(G) - O xenhor tá a brincar?! Quer ficar com o estabeleximento enxerrado?
(I) - Não senhor Guarda, Ali-Mamade falar verdade...
(G) - Num brique carago, pois a gente já boeu xerbeja aqui, despache-se hóme! traga lá as mines!
(I) - Juro por Alá que Ali-Mamade nunca vender cerveja...
(G) - Bom bossemexê paxou das marcas! Bai ser autuado! Xargento Xaraiva, bamos revistar a Xafarica!

Os quatro guardas revistam por todo lado, até que o Guarda Gonzaga, distraído, deixa cair a arma no chão e esta bate em algo "oco"! Chama os colegas, e exclama:
- tá aqui um buraco! Debem tar aqui as mines escondidas!!! Áh pois é! O Xenhor Ali-mamade penxava que enganaba a guarda.

Os Agentes da GNR tiram a tampa do pequeno poço, à procura das minis. Espreitam lá para dentro e vêem um velho com cabeleira e barba longa (Saddam).

(G) - Oxa lá, é boxê que está a esconder as mines??!!!!
(I) - Não, não ai dentro está o meu primo, que está muito doente...
Ao que responde o Saddam:
(S) - Sim eu estar muito doente...
(G) - Num brinque carago, deixe lá ber as xerbejas...
(S) - Nós não ter aqui bebidas...
(G) - Bom os xenhores estão a brincar com a autoridade! Bai já tudo prejo!! Tudo pró jeep! Bai já tudo pa Bagdad!
(S) - Eu tenho muito dinheiro não me levem para Bagdad.
Ao que os agentes comentam entre si:
(G)- Olha outro que debe ter a mania que é o Saddam e que pode comprar a guarda. Ainda se foxe com um persunto... a gente não se deixa cumprar por pouco!!! Carago !!!!
(S) - Eu pago o que quiserem, eu sou o SADDAM.
(G) - Pois aqui todos são o Xor. Xaddam!!! É xempre a mesma cunbersa, bá pro jeep. Tá tudo autuado e bai já tudo pá xoça!

No final, os americanos como sempre ficaram com os louros de mais uma valente e destemida operação das forças portuguesas em território inimigo, foi a verdadeira estória da captura de Saddam Hussein.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

Quem somos ...! Para os de sessenta e setenta ...

Olhando para trás, é difícil acreditar que estejamos vivos. Nós viajávamos em carros sem cintos de segurança ou air bag. Não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em frascos de remédios, portas, ou armários e andávamos de bicicleta sem capacete, sem contar que pedíamos boleia. Bebíamos água directamente da mangueira e não da garrafa. Gastámos horas a construir os nossos carrinhos de rolamentos para descer ladeira abaixo, e só então descobríamos que nos tínhamos esquecido dos travões. Depois de colidir com algumas árvores, aprendemos a resolver o problema. Saíamos de casa de manhã, brincávamos o dia inteiro, e só voltávamos quando se acendiam as luzes da rua. Ninguém nos podia localizar. Não havia telemóveis. Nós partimos ossos e dentes, e não havia nenhuma lei para punir os culpados. Eram acidentes. Ninguém para culpar, só a nós próprios. Tivemos brigas e esmurrámo-nos uns aos outros e aprendemos a superar isto. Comemos doces e bebemos refrigerantes mas não éramos obesos. Estávamos sempre ao ar livre, a correr e a brincar. Compartilhámos garrafas de refrigerante e ninguém morreu por causa disso. Não tivemos Playstations, Nintendo 64, vídeo games, 99 canais da TV cabo, filmes em vídeo, surround sound, telemóveis, computadores ou Internet.

Nós tivemos amigos. Nós saíamos e íamos ter com eles. Íamos de bicicleta ou a pé até casa deles e batíamos à porta. Imaginem tal uma coisa! Sem pedir autorização aos pais, por nós mesmos! Lá fora, no mundo cruel! Sem nenhum responsável! Como conseguimos fazer isto? Fizemos jogos com bastões e bolas de ténis e comemos minhocas (blagh) e, embora nos tenham dito o que aconteceria, nunca nos caíram os olhos ou as minhocas ficaram vivas na nossa barriga para sempre.

Nos jogos da escola, nem toda a gente fazia parte da equipa. Os que não fizeram, tiveram que aprender a lidar com a decepção ... Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros. Eles repetiam o ano! Que horror! Agora toda a gente passa. Não inventavam testes extras. Éramos responsáveis pelas nossas acções e arcávamos com as consequências. Não havia ninguém que pudesse resolver isso. A ideia de um pai a proteger- nos, se desrespeitássemos alguma lei, era inadmissível! Eles protegiam as leis!

Imaginem! A nossa geração produziu alguns dos melhores compradores de risco, criadores de soluções e inventores. Os últimos 50 anos foram uma explosão de inovações e novas ideias.

Tivemos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, e aprendemos a lidar com isso. Se Tu és um deles. Parabéns!



Toda a verdade sobre a cerveja ...


1- O USO CONTÍNUO DO ÁLCOOL PODE LEVAR AO USO DE DROGAS MAIS PESADAS?
Não, o álcool é a mais pesada das drogas - uma garrafa de cerveja pesa cerca de 900 gramas.

2- A CERVEJA CAUSA DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA?
Não. 89,7% dos psicólogos e psicanalistas entrevistados afirmam que preferem whisky.

3- MULHERES GRÁVIDAS PODEM BEBER SEM RISCO?
Sim. Está provado que nas operações STOP os polícias nunca fazem o teste às grávidas...
E mesmo que tenham de andar em linha recta, os guardas acham que ela está torta pelo peso da barriga.

4- CERVEJA PODE DIMINUIR OS REFLEXOS DOS MOTORISTAS?
Não. Uma experiência foi feita com mais de 500 motoristas: foi dada 1 caixa de cerveja para cada um, e, em seguida, colocaram um por um diante de um espelho. Em nenhum dos casos os reflexos foram alterados.

5- EXISTE ALGUMA RELAÇÃO ENTRE BEBIDA E ENVELHECIMENTO?
Sim. A bebida envelhece muito rápido. Para se ter uma ideia, uma cerveja que fique aberta, sem um acondicionamento especial, perde o seu sabor em aproximadamente quinze minutos.

6- A CERVEJA ATRAPALHA NO RENDIMENTO ESCOLAR?
Não, pelo contrário. Alguns donos de faculdade estão a aumentar as suas rendas com a venda de cerveja nas proximidades de bares universitários.

7- BEBIDA MATA?
Sim. Anos atrás, soube-se que um rapaz, ao passear pelas ruas, foi atingido por 1 caixa de cerveja que caiu de um camião, levando-o à morte instantânea.
Além disso, casos de enfarte de miocárdio em idosos têm sido associados às propagandas de cervejas com modelos semi-despidas.

8- O QUE FAZ COM QUE A BEBIDA CHEGUE AOS ADOLESCENTES?
Inúmeras pesquisas vêm sendo feitas por laboratórios de renome, e todas têm o mesmo resultado, indicando que em primeiro lugar e como pricnipal responsável, estaria o empregado de mesa.

9- A CERVEJA CAUSA DIMINUIÇÃO DA MEMÓRIA?
Que eu me lembre não!

terça-feira, 16 de dezembro de 2003

3 centímetros de piscina

As regras portuguesas de acesso aos fundos comunitários são um autêntico quebra-cabeças. No final, o investidor pode acabar por descobrir que teve tanto trabalho para nada, porque não se apercebeu da existência de pequenas diferenças nas várias medidas de acesso à construção do seu projecto. Um exemplo são as piscinas municipais de muitas cidades portuguesas, que foram construídas de acordo com as medidas regulamentares (25 metros) para acolherem competições oficiais. No entanto, as medidas descentralizadas de acesso aos fundos europeus vieram ditar outras regras: as piscinas só podem receber competições quando medem 25,03 metros. Estes míseros três centímetros de diferença são o espaço necessário para a instalação das placas electrónicas que detectam os nadadores, ao chegarem à borda das piscinas. Resultado? Depois do investimento feito, faltou-lhes "um bocadinho assim" para servirem para algo mais do que aulas de natação

http://jornal.publico.pt/2003/12/15/SupEconomia/TEPP.html#ST1


21 RAZÕES PARA NÃO GOSTAR DOS ESPANHÓIS

1. A mania que eles têm de invadir-nos de 200 em 200 anos (já agora, a próxima invasão deve ser aí para 2004 ou 2005, as padeiras e firmas panificadoras da zona de Aljubarrota já se estão a preparar!), só para
levarem nos cornos. Masoquismo?

2. Tratado de Tordesilhas, em que eles ficaram com o ouro e a prata toda, e nós com as mulatas e a caipirinha ... pensando bem, o negócio até nem foi assim tão mau para nós!

3. As sevilhanas. Que raio de gente com aquele tipo de auto-estima se veste com vestidos às bolinhas tipo joaninha e saltita enquanto um parolo de cabelo oleoso geme como quem está com uma crise de hemorróidas?!?

4. Castilla la Mancha, Estremadura e Andaluzia, todos eles desertos áridos e monótonos, mas sem camelos nem tipos de turbante para tirar fotos com os turistas.

5. O antigo costume espanhol de reclamar para si terras às quais não têm direito, como Gibraltar, Ceuta, Melilla, OLIVENÇA (que é NOSSA!), e as Canárias.

6. Enrique Iglesias, y su magnifica verruga en la tromba.

7. A língua castelhana, esse prodígio da linguagem, em que seres humanos são capazes de emitir ruídos imitando perfeitamente o som de um cão a roer um osso.

8. Felipe I

9. Felipe II

10. Felipe III

11. Os seat, o automóvel mais merdoso que existe para oeste de Varsóvia. Boca chauvinista, a treinar diariamente diante do espelho:"Yo esborracho tu seat marbella com mi pujante UMM!" (esta é especial ehehheh)

12. A Guardía Civil, e a sua mania de arrear porrada em políticos portugueses na fronteira. Mesmo que eles estivessem a pedi-las, nos nossos políticos somos nós quem molha a sopa!

13. Badajoz, a 2ª cidade mais feia do mundo, a seguir a Ayamonte.

14. Os nomes que ostentam no BI. Quer queiram quer não, Pillar é nome de uma viga de betão que suporta uma estrutura, e Mercedes é tudo menos nome de mulher!

15. A mania que têm de se afirmar como uma nação unida, quando dois quintos da população tem um ódio de morte aos espanhóis e a Espanha.

16. El córte inglés... Até eles tiveram vergonha da sua criação, pelo que não lhe chamaram "El corte español", optaram por atirar as culpas para outro povo, totalmente inocente.

17. Café espanhol. Uma zurrapa intragável e além disso para se conseguir uma bica em Espanha o cliente tem que especificar expressamente que a quer "sin leche y pequeña" (e já agora, à cautela, convirá pedir também sem sonasol, sem gelo, sem pelos do peito do empregado, blergh ).

18. A riquíssima culinária espanhola: paella de carne, paella de peixe, paella de gambas ... Claro que os galegos, os bascos e os catalães têm uma culinária riquíssima, mas esses não são considerados espanhóis (ver ponto 15).

19. O hábito cínico de nos tratarem por nuestros hermanos portugueses. Responde o Zé Povinho: "Xô bastardo, xô, prá p*ta que te pariu!"

20. A televisão espanhola, 100% parola, em que é considerado top de audiências um concurso em que a concorrente, chamada Mercedes (vrrumm! Vrrum!), tem que dançar sevilhanas (arrghh!!) com o Enrique Iglesias (vómitos!), para ganhar um seat (keep it!) ou um T2 em Ayamonte nããããããããããooooooooo!!!).

21. Já imaginando a contra-argumentação que alguns tentarão contra esta minha lista, devo lembrar que os filmes do Canal 18 NÃO SÃO FEITOS EM ESPANHA NEM POR ESPANHÓIS! Vejam o genérico, são feitos por americanos, e apenas dobrados em espanhol porque os espanhóis ficariam logo murchos se ouvissem as senhoras a gemer noutra língua que não a sua.
Aliás, os espanhóis nunca foram muito dotados para o sexo.

Já agora, sabiam que a mesma marca de preservativos, começada por DU, acabada em EX, e ainda com um R algures no meio, é comercializada em Portugal com preservativos com uma média de 1 cm mais compridos do que aqueles que manda para Espanha? Ah pois é ...

Bem haja ao bom Povo Português.

O Se e o Valeu na poesia romântica

Se não houve amor,
Valeu pelo gostar.

Se não houve gostar,
Valeu pelo querer.

Se não houve querer,
Valeu pela alegria.

Se não houve alegria,
Valeu pela amizade.

Se não houve amizade,
Valeu pela intenção.

Se não houve intenção,
Então foda-se, vai ser exigente mas é com o car....

Como apareceram os Anjinhos no topo dos pinheiros de Natal

Há muitos anos na véspera de Natal, o Pai Natal estava muito aflito porque ainda não tinha embrulhado as prendas todas, tinha uma rena coxa e outra constipada. Desesperado foi beber um copo, chega à adega e não havia nada. Voltou à cozinha para comer alguma coisa e os ratos tinham comido tudo. Como se tudo isto não bastasse, a mulher avisa-o que a sogra ia passar o Natal lá a casa.

No meio do desespero, tocam-lhe à porta. Com a pressa de abrir a porta, tropeça, bate com a cabeça numa esquina da mesa e começa a sangrar abundantemente. Já verde de raiva, abre a porta e dá de caras com um anjinho qe lhe dizia com uma voz angelical:

- Olá Pai Natal! Boas Festas! Venho visitar-te nesta quadra tão feliz, cheia de paz e amor. Trago-te aqui uma árvore de Natal. Onde é que queres que a meta?...

Foi a partir daí que todas as árvores de Natal passaram a ter um anjinho no topo ...

Feliz Natal a todos!


quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

Qual a ligação de Fátima à Couve de Loures?

Milhares, senão milhões de fiéis a Cristo e ao Altar do Mundo, dizia eu, milhares senão milhões de peregrinos que se dirigiram estes últimos dias a Fátima, viram logrados os seus intentos. Vindos de todas as direcções, aquilo parecia que estavam a dar pão de borla ou qualquer coisa, pois eram mesmo muitos, mas, fizeram-no de certeza como uma prova de Fé, cumprimento de promessas, noutros casos como mera curiosidade e outros com o puro sentido do comércio que nestas alturas por ali prolifera.

Até profissionais liberais como os carteiristas, ali demonstram a sua fé pelos turistas e demais palonços que pelas ruas e lugares deambulam na perspectiva de se confrontarem com aventuras e milagres concedidos.

Pois bem, falemos dos peregrinos, esses verdadeiros sacerdotes da Fé e do profundo sofrimento - só um aparte; a palavra "profundo" fez-me recordar agora um político português que dizia na sua altura "... estou aqui no PROFUNDO Alentejo a passar uns dias de férias com a minha família no Pulo do Lobo e ...", desde aí aquele paradisíaco lugarejo alentejano que mais não tinha senão que duas margens separadas por um metro de distância, se tornou tão popular e agora está todo enfarelhado de turismo e porcaria, mas, e dizia eu -, sofrimento este que é demonstrado pela forte capacidade que o povo português e demais habitantes desta peninsula têm em conjugar esforços para que nada mas mesmo nada fuja à regra do que está estipulado. O sentido a tomar e o destino a seguir é só um, venham de onde vierem: nesta altura é Fátima, e não o inverso. Ninguém vai de Fátima para lugar nenhum, todos vão para Fátima.

O exemplo de fé é demonstrado aqui, como no caso de uma senhora residente em Fátima, que prometeu vir a Loures no da 11 de Maio, só para comprar umas couves para fazer uma sopita. A sopita era para dar aos peregrinos quando estes chegassem a Fátima, famintos e cansados. Mas reparem no forte sentido de grupo e de coesão demonstrado pelos caminhantes. A senhora, coitada, ainda não chegou a Loures e está agora em Santarém a ser tratada dos vários ferimentos causados pelos sucessivos rebanhos de fiéis que a atropelavam num fervilhar de sentimentos e esgares de dor causados pelo infortúnio de terem prometido qualquer coisa a alguém, e a obrigavam sempre que se cruzavam com ela, a acompanhá-los até Fátima, munidos pelo sentimento de que ela não manifestasse a mesma fé que eles. Outros houve até que comprimidos a obrigaram a ingerir pensando que ela estava desorientada e endemonhada, até pauladas lhe deram para expulsar os maus espíritos, mas não, não meus amigos, ela só queria cumprir a promessa dela: vir a Loures comprar couves. E o que lhe aconteceu??! É hoje obrigada a comer canja de galinha nos hospitais de campanha da Cruz Vermelha (a Barroso ainda não sabe disto, senão...) onde ainda hoje se encontra. Tudo porque não conseguiu ludibriar os peregrinos famintos dos milagres da Senhora de Fátima, com a verdade de quem tem verdadeiramente Fé naquilo a que se propõe - neste caso, comprar as couves de Loures.

Vejamos outro caso, talvez mais grave: os Media por exemplo, sim, só se preocupam com os peregrinos que vão para Fátima, não se preocupam com os que regressam de Fátima. Estes que são os mesmos que foram para lá, regressam agora desiludidos, com os pés mais inchados e cheios de sangue do que nunca, feridas abertas pela caminhada insane a que se propuseram, sem água, sem cobertura televisiva, sem assistência médica, sem as mordomias a que estiveram habituados na ida. Tudo porque a televisão e a rádio não estão presentes, caso contrário tudo e todos estariam empenhados em servi-los com o que de melhor existe: caridade sem esperar uma recompensa (isto está escrito algures, não sei bem onde, mas que está escrito, isso está). Por exemplo, repararam que a senhora Barroso ainda não foi visitar a pobre desgraçada que só queria comprar umas couvesitas em Loures, e está agora numa tenda de campanha da Cruz Vermelha e que tem como companheiros de tenda (está bem que a tenda é moderna, funciona em open-space com camas duplas, energia solar, casas-de-banho descartáveis, etc.), doze famílias eslovenas alojadas ao abrigo de um Decreto-Lei recente que se propõe através de organismos humanitários, abrigar famílias desprotegidas. Isto porque não há cobertura nem televisiva nem radiofónica no regresso dos peregrinos desvairados, senão tudo seria bem diferente. Nem mesmo estes agora tem direito a ficar na espectacular tenda da CV, pois esta está ocupada por irmãos Eslovenos ...
Ilações a tirar desta pequena e fétida estória: Comam as couves da vossa zona residencial, vão ao supermercado, à cantina, à mercearia mas não saiam da vossa área e não procurem nem fama nem glória através do sofrimento causado pelo afastamento de casa, pois se quiserdes, podeis adquirir tudo isto ficando em casa a sofrer e molestarem-se com o programa sobre o QI do povo que dá aos domingos à noite ...

Que País mais rico em cultura existe, senão o nosso?! Viva a couve regional.

Outubro de 1998
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Por um Natal sem jantares!

Entrámos no mês de Dezembro e aproximamo-nos vertiginosamente do momento mais doloroso do ano para todos os que trabalham em empresas: o jantar de Natal.

Não há pior seca que desperdiçar aquelas horas da nossa existência no mais complexo exercício de cinismo a que tal função nos obriga. Há mesmo caso de relatos de trabalhadores que entram em delirium tremens na véspera do famigerado jantar e até de outros que optaram por se atirar da janela para o precipício ao soarem as badaladas das oito.

O que é difícil de saber é aquilo que mais nos agonia. Se o sorriso idiota do chefe que ainda ontem nos deu uma rabecada só por a gente se ter atrasado a conferir as facturas do mês e que agora nos passa a mão pelo pêlo. Se o cheiro do sovaco da dona Guilhermina que nos calhou em sorte, ao lado, na mesa. Se o discurso baboco do patrão, com aquelas tretas nojentas que somos todos uma grande família quando se está mesmo a ver nos olhos do gajo que o tipo se prepara para cortar a cabeça a metade da malta que ali está.

Também faz parte desta infeliz tradição misturar o maralhal todo para fingir que até somos todos iguais e que lá isso de uns ganharem dez vezes mais que os outros não tem importância nenhuma, pois o que importa é que estejam todos a contribuir para o bem comum, ou seja, para a felicidade dos tipos lá de cima, que com a distribuição dos lucros da firma sempre podem sacar umas gajas boas para dar umas voltinhas sem terem de se sujeitar ao refugo de bares de segunda ou umas viagens a Bragança.

É assim perfeitamente normal que fiquemos entalados na mesa entre o electricista da manutenção, que arrota entre cada pastel de bacalhau que abocanha, e a dona Aurora da secção de pessoal, mulher portadora de uma grande rodagem de estrada, mas que a idade fez encostar às boxes, e que se vai roçando languidamente pelas nossas pernas acima à medida que vai emborcando copos de branco.

É então que se coloca o problema de saber o que se há-de dizer àqueles seis ou sete marmanjos com quem repartimos a mesa. Contar anedotas porcas pode ser perigoso, porque nunca sabemos se o administrador que para ali está a fingir que é igual a nós não será maricas e nos limpa o sebo logo no dia a seguir. Falar de gajas e futebol equivale a sermos fulminados pelo mulherio que nos fica de trombas para o ano todo. De trabalho, nem pensar, porque isso fazia logo com que cada um começasse a puxar pelos galões e lá se ia por água abaixo a fraternidade. A única saída é mesmo a de ficar calado, com um sorriso idiota nos lábios, dizendo para o da esquerda que a sopa está melhor do que a do ano passado e para o da direita que o bacalhau está uma delícia.

A melhor safa destas coisas é mesmo arranjar-mos maneira de ficar ao lado da estagiária que entrou o mês passado, gastarmos o jantar nos preliminares do paleio e partirmos a seguir para uma visita às iluminações de Natal. Com um bocado de sorte, recebemos logo naquela noite um presente caído do céu.

Manuel Ribeiro

In "Notícias Magazine" de 07.DEZ.2003

Ah pois é ... o Éme Roidal ... ah pois é ...

A minha Carocha foi na sexta-feira passada operada ao BEF (Buraco Em Fúria) e ganhou uma nova dimensão no andar, no respirar e uma nova visão da vida. Dizem até que em termos de degustação carnal é já também bem diferente.
Eu explico:
Tem agora uma diferente maneira de obrar, mais suave, muito mais impulsionadora da efeito Dumping Tchibum e diga-se em abono da verdade que o barulho é bem diferente do que era Dantes (não o escritor, mas sim espaço temporal). Senão imaginem: pespegaram-lhe com umas borrachas que estão agarradas a umas manilhas de grés de 12 mm, bem solidificadas às paredes BEFais, cuja entrada/saída está agora protegida por umas cordas que envolvem o que foi outrora, aquilo a que nós chamamos erradamente "A verdadeira dor de Cabeça", mas não, era sim "Uma verdadeira dor de BEF". Mas adiante.
A miuda agora já conduz e já come bacalhau á lagareiro feita à maneira de CD (CD é um jovem Criador Dabate, de Pombos, entenda-se), mas muita confusão lhe faz ainda o barulho que é produzido e emanado da zona da ponte naldegal ao andar, mas principalmemte quando anda no jogo da embraiagem e do pára-arranca, aquilo torna-se ensurdecedor, imaginem duas borrachinhas lindas e pequeninas todas húmidas a esfregarem-se freneticamente uma na outra em hora de ponta ... ah pois é ... e as carinhas que ela faz sõ merecedoras sem dúvida alguma de figurarem no Livro dos Records (estranhas, imensas e dificeis de imitar).
Mas ela está feliz porque agora é Natal e o Panda é amigo dela.

Dina,

Estive na rua,
no mundo,
aos gritos.
E desvairado por ti como estou,
até abraços nos ciganos que vendem óculos na rua eu dei,
pulos e saltos eu dei,
cambalhotas e beliscões eu dei,
felicidade eu distribui pelos veraneantes lisboetas que me acenavam ao passar e murmuravam:
"coitado, está apaixonado pela mulher dos seus sonhos e não sabe ...",
mas eu sei,
eu sei,
eu sei, sei que quando te vir,
te vou olhar nos olhos,
agarrar-te as mãos e ...
perguntar-te pela derradeira vez,
fazer-te enfrentar a verdade e o destino,
questionar-te sobre a vontade,
o querer,
o ter,
o sentir,
o saborear,
definitivamente ...
perguntarei:
vamos beber uma Guinnes esta semana? E de tremoços, gostas?
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