Uma coisa do freak do Caeiro que deve ser tomada como referência para os que gozam de ser Portugas.

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo ... por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer, porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura ...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Tenho saudades! Sinto-me com um ataque de saudosismo!

Tou farto!.... Saudades desses tempos... em que a malta só podia falar às escondidas, mas falava! Agora corre-se o risco de ser despedido...

Saudades das bolas de Berlim que rebolavam na praia, com creme, areia, e servidas em pedaços de papel! Isso no Verão! Depois o tempo esfriava, vinha Novembro e a malta até podia dar uso às velhas listas telefónicas e embrulhar uma dúzia de castanhas! Sim... naquele tempo ainda se podiam comprar, que os vendedores não cobravam taxa de luxo por este alimento!

É impressionante como o cerco aperta! Cada vez mais apertadinho! Parece que vivemos numa imensa vagina com o hímen intacto!

Ontem passei-me com uma das politicas dos grandes hipermercados, que obrigam os clientes a colocar qualquer saco que tragam na mão dentro de um saco plástico, selado a quente! Sinto-me um criminoso, a entrar nas traseiras do grande elefante Jumbo, a olhar para as prateleiras e a pensar no que poderei roubar! Neguei-me e apresentei reclamação! Não podem tratar os clientes como potenciais ladrões! Justificação da gestora da loja: "É para protecção dos nossos clientes! Imagine que alguém lhe coloca algo dentro do seu saco..."! Será que se referia a um boletim do euromilhões premiado? Um Rolex de ouro? Um preservativo usado? Ou mesmo um frasco de feijão vermelho marca branca! "É obrigatório..." disse! Obrigatório!!??! Essa palavra dá-me comichão!

Estou mesmo um bocado farto de ver a malta a reclamar enquanto bebe o café e fuma o cigarro na rua, porque já nem isso se pode fazer "como sempre se fez"! Tou mesmo farto! Acho que mais dia, menos dia isto vai ter de rebentar! Tou farto de polícias e meio policias, regras e meias regras, ordens e mais ordens!

E quem tem de obedecer o que faz? NADA! Simplesmente obedece, e fica à espera que o patrão lhe pague o subsídio de férias para ver se pode pagar o seguro do carro! Ou se com o subsídio de natal consegue comprar uns cd's originais aos filhos, porque as cópias são proibidas! O que foi feito dos artistas nos tempos em que comprávamos K7's de crómio e de ferro para gravar as K7's que os nossos amigos tinham?

Viva o comércio de proximidade! Viva a tasca do Zé Manel das Iscas! Viva a padaria da Ti Anacleta! Viva o mini-mercado do Sr. Vicêncio! Viva! Viva! Viva!

Pombo

4 comentários:

  1. é isso mesmo estou contigo! também estou muito farta

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  2. Olha, eu nem sabia que estava farta, o que é mau sinal, mas estou, afinal estou mesmo!

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  3. Pois .... este texto do meu amigo Pombo, fez finalmente com que alguns de nós nos apercebêssemos do quão grave as coisas estão ... somando tudo dá resto zero. E isto é mau, muito mau. Depois fartamo-nos, gritamos ... mas não fazemos nada.
    Creio que chega, não acham que já chega? Já nem sequer produzimos cereais que cheguem para abastecer o país, temos que importar quase tudo o que consumimos ... e blá blá blá ... acho que chega.
    Já estou farto há muito tempo, e descobri-o já há muito também, só que ninguém me ouvia, chamavam-me reaccionário, e eu consentia e dizia que é a verdade ... agora a malta está farta.
    Acho que está na altura de soltar a fera e tirar-lhe a venda.
    Abreijos

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  4. Já agora, Pombito, vivá Ginginha do Rossio! Qualquer dia somos todo de plático e aço inoxidável...
    Não há condições. Mesmo. Se há coisa mais obscena, é vir depois de um dia de trabalho, querer relaxar a beber uma imperiais e a contar as últimas do dia ao companheiro de final de tarde, e ter que agarrar na jola e vir para a porta fumar o belo do cigarrito, que estivemos o dia inteiro, quase, inibidos de curtir.
    Mas vá, este país de "guerreiro" (quais??), está a ficar estupidamente saudável e, o que é pior, inexoravelmente americanizado. Americanizado, aqui como sinónimo de estupidificado.
    Tenham paciência. Já não há pachorra para tanta esterilização!

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