Divina comédia

Greve de guionistas em Portugal, não há! A questão aqui é tão só saber com que direito os que não têm direito algum de apontar seja o que for a quem quer que seja, se julguem no direito de brincar aos folhetins, arranjando novos personagens, tentando fazer vingar e mostrar novos enredos a respeito de gente que deve e faltou e não cumpre e é corrupta e roubou e cometeu crimes, e tem igualmente tudo ainda por resolver na barra dos tribunais como eles, e são seus comparsas, tudo, com que direito?! Essa gente não tem direito a nada, são um zero á esquerda, não valem sequer o que pesam, são prevaricadores com culpa formada.

Argutos bonifrates, alguns doutorados, reaparecem quais heróis de mascarilha desvairados a balir e aos urros, obcecados sempre em esbater-nos na memória os seus preversos actos e sobre os quais rigorosamente nada foi feito, alegando e apontando agora coisas que nos assaltam a consciência, coisas mais frescas, feitas por outros, novos amigos. Tudo, porque algum mascarado deve ser poupado e votado ao esquecimento.

Parece que depois dos Robins, aparecem agora uns Zorros disfarçados de benfeitores e defensores de causas nobres para o povo, com novas histórias.

Com que direito!? Esses flibusteiros parecem defender e pedem em prol do povo, povo que eles defraudaram de tanta maneira e sempre saíram impunes, parecem!

Atentem nos enredos macabros que ensombraram Portugal, e estão por resolver, envolvendo tantos que gostam de aparecer. Que País, divina comédia!