Uma coisa do freak do Caeiro que deve ser tomada como referência para os que gozam de ser Portugas.

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo ... por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer, porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura ...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

ROMPER COM O DESCONHECIDO! COM O FUTURO!

É a rotina de todos anos por esta altura. Acabam as férias, recomeçam as incursões aos infantários, escolinhas e colégios, e, às faculdades. A nossa maior aposta no futuro, que são os jovens, regressam para acoroçoar os interruptores da sapiência e da absorção de conhecimentos.

Incrível é verificar que ao chegar à idade de tentarem definir o que querem fazer ou até, o que querem ser, rompem imediatamente com o futuro que se lhes é apresentado. Inúmeras são as razões que levam grande parte dos nossos jovens de hoje a romper com algo que ainda não tiveram contacto, mas que já se lhes adivinha inconstante. Situação bizarra?! Nem por isso.

Os adultos que os acompanharam na fase mais delicada das suas vidas sempre lhes incutiram que “... antigamente é que era, agora?! ...”, e eles foram vivendo e apercebendo-se que nem tudo serão flores de cores alegres e bonitas, muita coisa terá espinhos e será apresentada sem quaisquer motivos para que se possa sorrir.

Irrompe-se da adolescência para a idade adulta e automaticamente e sem escrúpulos, rompe-se com o futuro.

Não se acredita na qualidade de emprego, as leis protegem delinquentes e beligerantes, a mentira paira sobre a verdade qual Sol encoberto pela Lua, as escolas e o professorado caíram em desgraça por motivos estranhíssimos, tudo tem a sua explicação, pensam os miúdos.
Olhemos para nós Pais e vejamos se em grande parte a culpa não nos será imputada no futuro ou definida através do passado. Fomos nós e os nossos Pais que deixámos que o que nos queriam fazer fosse feito, dizem alguns; mas fomos nós e os nossos Pais que fizemos (em Portugal) que a liberdade fosse implementada, dizem outros. Mas quem fez afinal tudo isto? A necessidade, a sonegação e a passividade, três inimigas que se uniram para nos legar o que temos, e teremos. Foram elas.

Sinto na pele através dos meus filhos, que a procura de um emprego/trabalho se complica quando se pretende ganhar dinheiro e estudar ao mesmo tempo. Existe a possibilidade de se empregarem a uma tarefa temporária e quase certa como sendo fraudulenta e mal paga, mas que é paga, ou então a viabilidade de se estudar ao início da noite e arranjar um ou mais empregos durante o dia. O que escolher para não se prejudicarem? Ou arranjam um part-time num call centre onde se satisfaçam dúvidas sobre serviços ou equipamentos comprados e que seja minimamente fidedigno, ou, envereda-se pelo caminho da mentira profissionalizada de vender a quem menos precisa, produtos completamente falsos e caríssimos que obrigarão para sempre velhos e solitários a ficarem agarrados a uma promessa divina de melhoria das suas vidas. É fácil fazer isto, e os nossos filhos ficam lançados para o futuro, pois aprendem a não dar valor a quem já não faz cá falta e que a mentira se for paga em dinheiro nem por isso é considerada como actividade fraudulenta. O que compensa mesmo é enganar o outro sem olhar a meios.

Aos novos recém adultos de hoje e do amanhã, permito-me na qualidade de Pai provocá-los com o seguinte repto: obriguem-se a exigir, mas pedindo. Como?

Construindo, unindo, defendendo, questionando, apostando, lutando. Façam com que a passividade e a boçal aceitação impostas por outrém, sejam substituídas por uma vontade constante de melhorar, sem destruir o futuro. Não se acomodem ao que vos é entregue. Tentem melhorar, não se queixem, dediquem-se a construir.

3 comentários:

  1. Correr riscos já não faz parte da nossa portuguesa maneira de ser desde os tempos em que os nossos ancestrais marinheiros se aventuravam estoicamente pelo mar salgado e desconhecido.Instalou-se o hábito corporativo de depender do Estado para tudo e ficamos à espera que algo - bom ou mau ou péssimo - nos caia no colo.
    Mas felizmente há excepções, alguns sinais de mudança de mentalidades. E isso é o mais importante quando se trata de educar/formar os nossos filhos. Há que inocular-lhes no sangue aqueles valores fundamentais, criar-lhes a vontade de trabalhar, de progredir, de fazer sempre bem feito.Incentivá-los a rejeitar a mediocridade instalada e premiada, promovendo a mudança, a inovação. para tal, é fundamental robustecer-lhes o optimismo e a auto-estima,valorizar as suas capacidades,dissipar-lhes as inseguranças,para que não se deixem abater pelo fracasso e pelo medo. Para que recomeçem sempre, arrisquem sempre e nunca esqueçam que todo o sucesso é feito de muito esforço e investimento pessoal. Só assim teremos um dia uma sociedade que favorece e apoia o risco, o espírito positivo e os rasgos de inspiração mas sobretudo o trabalho, muito trabalho.E então bastará o bom-senso e alguma inteligência prática e social para fazer vingar uma ideia perante patrões ou decisores cépticos, sendo certo que deles dependemos para fazer avançar o mundo.
    O resto é com eles.

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  2. Teresa, creio que as tuas palavras comple,mentam e com a acuidade que impuseste no teu discurso, creio que está tudo dito. Vamos à prática e chamemos os bois pelos nomes e, o antigo lema do "albarda-se o burro à vontade do dono" acredito que mudaria de figura de estilo.
    É que as cenouras com que nos acenam até já estas são transgénicas ...

    Fernando (Panda)

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